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Hollywood, a ironia não te assenta bem…

A cerimónia com a passadeira vermelha mais criticada do mundo e os juízes mais subornados dos EUA termina com um empate. O resultado final é 5-5, entre Hugo e O Artista. Mesmo assim, parece que o grande vencedor da noite é o filme a preto e branco (“o quê, pá?” grita a minha geração) em que nenhum dos fantásticos actores franceses abre a boca – até porque isso estragava tudo, o filme tinha que concorrer como Melhor Filme Estrangeiro e não tinha metade do mediatismo, o  que não dava para cobrir o investimento em Relações Públicas, e isso seria uma chatice. É que, aparentemente (surpresa, surpresa), “Melhor Filme” e “Melhor Actor” são Óscares mais relevantes que “Fotografia” e “Efeitos Sonoros”.

Para resumir a noite a quem não teve a triste ideia de ficar acordado até às 4h30 da manhã para desfrutar de um serão que não teria a-b-s-o-l-u-t-a-m-e-n-t-e piada nenhuma sem o poder interactivo das redes sociais, dos chats e das SMS, passou-se o seguinte (e perdoem-me os coloridos comentários):

Na passadeira vermelha só vejo três vestidos dignos de menção (todos em branco, curiosamente) e dois momentos para recordar. Os vestidos primeiro, por esta ordem e por razões diferentes: Gwyneth pela elegância, Milla pela sensualidade e Octavia pelo stylling.

Gwyneth Paltrow, elegante como sempre, numa criação (perfeita) de Tom Ford

Milla Jovovich, completamente devastadora num vestido Elie Saab

Dois 'Gs' para Octavia Spencer: gorda e glamourosa. Absolutamente maravilhosa num vestido branco por Tadashi Shoji

E fica na memória o episódio que será o “first world problem” de amanhã, a polemicazinha do circo de Hollywood, a razão pela qual não devemos deixar as nossas crianças ver televisão… a parvoíce que o Sacha Baron Cohen fez para dar nas vistas (palminhas pelo esforço) e que deixou o pobre do Ryan Seacrest cheio de vontade de largar uma “F bomb” em directo. Aqui fica o tesourinho:

O segundo momento que me dá na gana recordar é o desfile das marionetas, vedetas negligenciadas de 2011. O sapo Cocas e a Miss Piggy deram show sem precisarem de grande esforço, mas com muito bling bling assente no tecido daquela porquinha. Parece que o filme rendeu qualquer coisa como 130 milhões de dólares e que (spoiler alert!) o casamento dos pombinhos não avançou sem pé-de-meia valente.

A cerimónia – uma tristeza tão grande que o comentador da TVI (outra tristeza ainda maior) disse, com toda a certeza que a voz que lê um guião pode ter, que o momento alto da noite foi a actuação do Cirque du Soleil. Foi mágico, sim senhor, mas é triste que a cerimónia da Academia seja ofuscada pelo intervalo…

A performance de Billy Crystal deixou muito a desejar. Foi a nona vez que teve a honra de apresentar a maior e mais esperada noite do mundo do cinema, mas talvez os oito anos de intervalo entre a última tentativa e a noite passada lhe tenham estragado o papel.

Havia muitas piadas escritas para Billy Crystal ler, mas só houve risos sentidos quando Chris Rock subiu ao palco para anunciar o vencedor do Óscar de Melhor Filme de Animação. Falou da magia dos desenhos animados, de se poder ser uma personagem tão diferente da que somos todos os dias, terminando com um espirituoso comentário ensopado em conceitos racistas que funcionam como piada em todo o mundo: “If you are a black man you can play a donkey or a zebra”.

A melhor intevenção – quase lado a lado com os eficientes agradecimentos da Senhora Meryl Streep, recordista de Nomeações e Óscares perdidos – foi a de Christopher Plummer, vencedor do Óscar de Melhor Actor Secundário aos 82 anos, por um papel que enche as medidas ao politicamente correcto, ao público impressionável, ao lobby gay e, pelos vistos, à Academia. Foi espontâneo e genuino. Disse as melhores piadas da noite e merecia ter apresentado o raio da cerimónia completa.

A única gargalhada vinda de dentro das entranhas que soltei durante a transmissão, foi no momento em que, logo a seguir a passar um clip de homenagem ao que considero ser o filme do ano 2011, Drive, Billy Crystal encolheu os ombros e disse “nhé” (eu sei que assim contado não parece bom, mas foi).

De apontar que, para apresentar a Melhor Canção Original, subiram ao palco Will Ferrell e Zach Galifianakis. Quanto a isto tenho a dizer: dois dos melhores cómicos de Hollywood e isto é o melhor que conseguem? Deviam ter vergonha. Mas o vencedor mereceu o prémio, pela hilariante “Man or Muppet” dos Marretas, com a participação especial do actor Jim Parsons, a.k.a Sheldon em The Big Bang Theory.

A Angelina Jolie está a desaparecer (devia ter vergonha…). E aquele vestido a dar-lhe ancas 10 vezes o tamanho das dela com o pernão ao léu foi má ideia. Mui-to-má-i-dei-a!! E a única pose que adoptou para a noitada, de mão na cintura por cima do tecido excedente do conjuntinho, não disfarçou nadinha. E a intervenção das Bridesmaids? Pernas longas, decotes voluptuosos, carinhas larocas? Sim, sim e sim. Piadas originais? Se acharem que falar do tamanho dos pirilaus que as satisfazem, enquanto apresentam os nomeados para Melhor Curta Metragem, é original…

Brilhante foi a intervenção de Colin Firth: “Meryl, mamma mia. We were in Greece, I was gay and we were happy. I probably fathered your only daughter”, disse ele. E o Óscar vai para… Meryl Streep.

Um viva para o vencedor de Melhor Argumento Original, a obra de Woody Allen, Midnight in Paris, um favorito meu que merecia imenso o Óscar que ganhou; outro viva para o Óscar ganho por The Girl With The Dragon Tattoo, que se só podia levar uma estatueta para casa levou a certa, pelo trabalho de edição; e um viva pela atenção dada à curta de animação The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore, vencedora do Óscar da categoria, que vos deixo aqui para desfrutar.

Para terminar… que raio de ideia foi aquela de apresentar os nomeados para melhor filme com o Tom Cruise e a theme song da Missão Impossível?! Hollywood, a ironia não te assenta bem. Que piroseira.

Se mesmo assim estão interessados em saber mais, aqui estão os vencedores e aqui os melhores momentos da passadeira vermelha.

Uma foto por dia, nem sabe o bem que lhe fazia

Depois de ver este vídeo vai querer copiar o projecto e fazer o mesmo a si próprio. Um auto-retrato, todos os dias, não sabe bem que lhe fazia.

Começou em 1999. Jeff Harris, de Toronto, começou a tirar uma foto de si mesmo diariamente como alternativa aos diários que tantas vezes começou, mas nunca conseguiu manter. O interessante é que as fotografias não são os típicos projectos que inundam o YouTube de vaidade desmedida e chamadas de atenção. São um incentivo.

Porque “era uma pessoa com um emprego das nove às cinco”, as fotos surgiam monótonas, aborrecidas, desinteressantes. Farto de provar a si próprio que tinha uma vida enfadonha, triste, vazia, mudou radicalmente o cenário das suas fotos, e assim, a sua vida.

Clique e veja quanto pode aprender se olhar para a sua vida quotidana de outro prisma (ou através de uma objectiva). Inspire-se e volte a escrever as suas resoluções de Ano Novo.

Vodpod videos no longer available.

ESTILOS

Pessoa do Ano TIME é “O Manifestante”

“Da primavera árabe a Atenas, do Ocuppy Wall Street a Moscovo”, lê-se na capa da revista de Dezembro. Que vitória. Épico 2011. Mal posso esperar por 2012.

E depois um amigo inteligente e pessimsita disse-me: “O manifestante acabou de tornar-se mainstream. Agora é uma questão de tempo até as corporações arranjarem maneira de lucrarem com isso. Talvez uma nova tendência de moda?”

PESSOAS

Cientistas desenvolvem material metálico mais leve do mundo

Investigadores da Universidade da Califórnia afirmam ter criado, em laboratório, o material metálico mais leve do mundo; a revista Science publicou os resultados e divulga uma fotografia do material a repousar sobre um dente-de-leão, sem o danificar, demonstrando que este metal é mais leve que esferovite.

A revista Science publicou hoje um artigo de investigação da Universidade da Califórnia em que uma equipa de engenheiros da cidade de Irvine afirma ter criado, em laboratório, o material metálico mais leve do mundo, divulgando uma fotografia que pretende confirmar a eficácia da criação, onde um pedaço do material repousa sobre um dente-de-leão sem danificar a frágil estrutura da planta.

William Carter, gerente de materiais arquitetados do laboratório responsável pela pesquisa, comparou o novo material a grandes estruturas de abaixa densidade: “Os edifícios modernos, como, por exemplo, a Torre Eiffel ou a Golden Gate Bridge, são incrivelmente leves e eficientes devido à sua arquitetura”.

Este metal é 100 vezes mais leve que esferovite segundo o comunicado emitido à imprensa pelo próprio grupo de cientistas. Segundo se lê no relatório final da investigação e do desenvolvimento do material, esta inovação redefine os limites dos materiais leves, devido à sua arquitetura celular única.

Permite um comportamento mecânico sem precedentes para um metal, incluindo a recuperação completa depois de sofrer uma compressão superior a 50 por cento de tensão e uma capacidade de absorção de energia extremamente alta.

É que a estrutura criada é 99,99 por cento constituída por ar e é apenas 0,01 por cento sólido. “O truque foi fabricar uma rede interligada de tubos ocos com uma parede de espessura mil vezes mais fina que um cabelo humano”, explica o autor do estudo, Tobias Schaedler, citado pela BBC News. Os tubos são construídos com níquel e colocados sob um padrão diagonal que os cruza deixando pequenos espaços abertos entre eles.

Materiais deste tipo são muito úteis para isolamento térmico, baterias, catalisadores, para a engenharia acústica, e para o amortecimento de energia de choque. A densidade é inferior a 0,9 miligramas por centímetro cúbico. A densidade do aerogel de sílica – o material sólido mais leve do mundo até agora – é de apenas 1,0 mg por centímetro cúbico.

Participaram na investigação Jacobsen, Torrents, Sorensen, Lian, Greer e Valdevit.

in RTP

SABERES

Experiência: da foto ao vídeo

O poder da gramática da imagem, o poder da música, do vídeo e da montagem.

Uma experiência rudimentar com uma foto e a 5ª Sinfonia de Beethoven.