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Obama distribui ultimatos por “um mundo sem armas nucleares”

O Presidente norte-americano garantiu hoje, em Seul, que vai prosseguir com o objetivo de atingir “um mundo sem armas nucleares”, dizendo mesmo que os Estados Unidos têm mais bombas atómicas “do que precisam”. Prometeu discutir a questão do controlo de armas com Vladimir Putin numa reunião em maio, fez um ultimato ao Irão e avisou a Coreia do Norte para as consequências que terão novas “provocações”. Barack Obama discursou diante de alunos da Universidade de Hankuk imediatamente antes do início da II Cimeira de Segurança Nuclear, que reúne 53 representantes internacionais na capital da Coreia do Sul.

Falando antes da cimeira que vai decorrer até terça-feira em Seul, Obama discutiu a perspetiva de novas reduções no arsenal nuclear dos EUA, preparando-se para discutir medidas concretas contra a ameaça do terrorismo nuclear com líderes mundiais.

“Falo como um pai que não quer ver as filhas a crescer num mundo com ameaças nucleares”, disse Obama aos estudantes sul-coreanos, que o aplaudiram.

“Já podemos dizer com confiança que temos mais armas nucleares do que precisamos”, disse o Presidente dos EUA aos estudantes da Universidade de Hankuk, prometendo também trabalhar com a Rússia e a China no sentido de também diminuírem os respetivos arsenais.

Lembrou que representa o único país que alguma vez usou armas nucleares, enfatizando a posição privilegiada dos EUA para assumir a vanguarda no sentido da mudança em relação às políticas de segurança, mas acrescentou a necessidade de “um esforço global sustentado e sério”.

Durante a sua intervenção na Universidade de Hankuk, Obama defendeu ainda que o terrorismo nuclear continua a ser uma das principais ameaças globais. Porém, lembrou que, nos últimos dois anos, foram alcançados grandes progressos para dificultar o acesso de terroristas a material para fabrico de armas atómicas.

O Chile entregou urânio altamente enriquecido aos EUA, o Cazaquistão mudou combustível irradiado para um depósito seguro e a Ucrânia transferiu o material nuclear para um local de armazenamento sob a tutela de autoridades russas.

“Mas não temos ilusões. Sabemos que muito material nuclear – suficiente para muitas armas – ainda está a ser armazenado sem proteção adequada”, ressalvou Barack Obama. “Sabemos que os terroristas e os grupos criminosos estão a tentar consegui-lo”, alertou.

Coreia do Norte dominará discussão

A situação na Coreia do Norte deverá dominar a II Cimeira de Segurança Nuclear, apesar de o tema estar fora da agenda oficial. O debate não terá a participação de Pyongyang.
Cimeira de SeulÉ a maior discussão internacional na área de segurança nuclear, com a participação de 47 líderes estatais e de representantes de organizações internacionais (ONU, EU e AIEA e Interpol).

Nos dias 26 e 27 de Maio serão discutidas medidas internacionais de cooperação para combater a ameaça do terrorismo nuclear, proteção de materiais e instalações nucleares e de prevenção do seu tráfico ilícito.

A República da Coreia, como país anfitrião da conferência, irá desempenhar um papel de liderança na coordenação dos pontos de vista dos países participantes sobre as principais questões de segurança nuclear e irá liderar as discussões sobre a elaboração do Comunicado de Seul, o documento final da Cimeira.

A seleção daquele país como anfitrião da Cimeira de 2012 reflete o reconhecimento da comunidade internacional da qualidade da sua tecnologia nuclear e o seu uso para fins pacíficos.

Dirigindo-se diretamente às autoridades da Coreia do Norte, Obama afirmou que os EUA não têm “intenções hostis” em relação ao país, mas que não haverá “recompensas para as provocações”.

Obama alertou Pyongyang que o lançamento de um foguete para pôr um satélite em órbitra irá apenas isolar mais o país, uma vez que a comunidade internacional acredita que se trata de um lançamento de míssil de longo alcance disfarçado. Está anunciado para meados de abril, altura em que se celebra o centenário do ex-líder Kim Il-sung.

Este lançamento contraria um acordo alcançado no mês passado, que estipulava que a Coreia do Norte receberia ajuda alimentar em troca de um congelamento parcial das atividades nucleares e o fim dos testes de armamento.

“Poderão continuar na estrada que estão hoje, mas nós sabemos até onde é que essa estrada vai”, disse Obama, dirigindo-se diretamente aos líderes norte-coreanos. “Hoje, nós dizemos: Pyongyang, tenham a coragem de procurar a paz”.

Obama discursou em conferência de imprensa com o Presidente sul-coreano Lee Myung-bak. “É um padrão com décadas, que leva a Coreia do Norte a pensar que se agir provocadoramente, irá de alguma forma ser subornada para desistir de faze provocações”, explicou Obama. “O Presidente Lee e eu decidimos que vamos quebrar esse padrão.”

A Coreia do Sul avisou que tenciona abater o foguete caso se aproxime demais do seu território. “Estamos a preparar medidas para controlar a trajetória do míssil e derrubá-lo se, por acaso, se desviar da rota planeada e caia no nosso território”, disse um porta-voz do Ministério da Defesa.

Irão sob ultimato

Barack Obama alertou também o Irão que já não resta muito tempo para resolver, por via diplomática, a crise aberta pelo programa nuclear iraniano.

Medo em crescendo
Desde o colapso da União Soviética, em 1991, tem havido preocupações crescentes sobre a possibilidade de materiais nucleares caírem nas mãos de terroristas. Nos EUA, as preocupações foram dilatadas depois dos ataques do 11 de Setembro de 2001. Desde então, Washington e os seus principais aliados estão convencidos de que a Al-Qaeda está a tentar obter material para construir uma bomba nuclear ou radioativa.
Barack Obama estabeleceu altas expectativas num discurso que fez em 2009, em Praga, em que declarou que era hora de procurar “um mundo sem armas nucleares”, e foram os seus discursos proferidos no sentido desse objetivo que lhe garantiram o Prémio Nobel da Paz.
Em abril de 2010, o Presidente dos EUA convocou uma reunião que estabeleceu o objectivo ambicioso de garantir a proteção de todos os materiais nucleares, em todo o mundo, no prazo de quatro anos.
A Cimeira de Seul realiza-se hoje e manhã para criar um novo plano estratégico que permita alcançar esse objetivo. Alguns países veem este processo como altamente intrusivo e uma ameaça à soberania, o que dificulta a discussão.

Acusou o país de ter tomado “o caminho da mentira, negação e engano”, mas garantiu que “ainda há tempo para resolver o problema por via diplomática”: “Eu prefiro sempre resolver as questões de forma diplomática, mas o tempo urge. O Irão terá de agir com a seriedade e o sentido de urgência que o momento pede”.

“Os tratados [internacionais sobre armas nucleares] são vinculativos, as normas são para respeitar e as violações terão consequências”, disse Obama, lembrando que o Irão deve aproveitar a oportunidade que representam as próximas conversações previstas com o G5+1, o grupo que reúne os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – EUA, Rússia, China, Reino Unido e França – e a Alemanha, que deverão ter lugar no próximo mês, em princípio em Istambul, na Turquia.

Teerão garante que o seu programa nuclear é puramente pacífico, mas Israel e as nações ocidentais acreditam que o país se move em direção à construção de uma bomba nuclear que poderia mudar o equilíbrio regional de poder. Obama pediu a Israel para adiar quaisquer ataques preventivos a instalações nucleares iranianas, de forma a dar mais tempo a possíveis soluções diplomáticas, à base de sanções.

“Hoje, vou reunir-me com os líderes da Rússia e da China, enquanto trabalhamos para alcançar uma resolução na qual o Irão cumpra as suas obrigações”, acrescentou Obama.

Rússia e China negoceiam arsenal nuclear

Na mesma ocasião, o Presidente dos EUA disse que estava ansioso por se encontrar em maio com o recém-eleito Presidente russo, Vladimir Putin, para discutir novos cortes nas armas nucleares.

Obama pretende dar seguimento ao pacto New Start, o Tratado de Redução de Armas Estratégicas que conseguiu ver assinado em 2010 entre Washington e Moscovo. Ficou definido que o arsenal norte-americano e russo só poderiam ter 1550 ogivas nucleares, um corte de cerca de 30 por cento em relação aos limites definidos anteriormente. O Tratado também permite que cada país inspecione a capacidade nuclear do outro.

Obama reuniu-se esta segunda-feira com ainda homólogo russo, Dmitry Medvedev, para discutir estas questões. Referiu ainda que os EUA convidaram a China para trabalhar com Washington e que “a oferta permanece em aberto”.

“Temos um interesse comum em certificar que as normas internacionais em torno da não-proliferação das armas nucleares”, afirmou o Presidente dos EUA, antes da reunião bilateral com o presidente chinês Hu Jintao.

in RTP

Provavelmente, a campanha publicitária do ano

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A Fundação ‘Unhate’, criada pela marca italiana de vestuário United Colors of Benetton, lançou uma campanha publicitária de génio. Num momento em que o mundo está suspenso à espera que rebente o próximo conflito armado devido à crise política e financeira internacional, a agência de comunicação da Benetton, Fabrica, re-inventa a pólvora.

Conseguem pôr líderes mundiais, políticos e religiosos, de países com comportamentos políticos opostos e relações complicadas, aos beijos numa campanha contra o ódio. Barack Obama, Angela Merkel e o Papa Bento XVI surgem nesta acção que pretende, segundo a organização, promover a tolerância e lutar contra a “cultura do ódio”.

“Embora o amor mundial continue a ser uma utopia, o convite a não odiar para combater a cultura do ódio é um objectivo realista”, justificou Alessandro Benetton, Chairman executivo da marca que quer promover a “aproximação entre pessoas, fés, cultura e o entendimento pacífico das motivações do outro”.

Isso, não sei se consegue, mas com as fotografias, as iniciativas em lugares simbólicos de Tel Aviv, Nova Iorque, Roma, Milão e Paris e o filme do realizador francês Laurent Chanez, só hoje (que eu tenha encontrado) a marca conseguiu ser publicitada em 286 websites de agências, jornais, revistas, rádios e televisões dos EUA, Reino Unido, América Latina, Índia e Portugal à borla.

Pelo menos no Expresso, no Sol, no DN, no Jornal de Negócios, no Público, no i, no CM, no Económico, na Visão, na Sábado, na TSF, na RTP, na Reuters, na Associated Press, em 28 jornais brasileiros, no IndiaTimes, no Huffington Post, na ABCNews, no Bloomberg, na CNN, no Wall Street Journal e no Washington Post. Fora os milhares de blogs (incluindo este…), os jornais regionais, as empresas de marketing e publicidade e as visualizações do vídeo no YouTube.

A Igreja Católica ainda veio dar uma ajuda à campanha e levantou logo a polémica: “O grupo italiano Benetton anunciou nesta quarta-feira a decisão de retirar de circulação uma campanha publicitária mostrando o Papa beijando na boca o imã sunita da universidade de Al-Azhar, no Cairo, Ahmed el Tayeb, dizendo-se ‘desolado com o fato de a utilização da imagem ter chocado tanto a sensibilidade dos fiéis'”, escreve a AFP.

Só na RTP, em apenas 20 minutos, o artigo passou a ser o mais lido do site e o link publicado no Facebook ‘RTP notícias’ foi partilhado, também nos primeiros 20 minutos, 280 vezes. Diria que os jornalistas caíram na armadilha e nem deram por isso. Não é novidade: isto da internet e das redes sociais veio mudar o paradigma da comunicação e as regras do jornalismo vão ter que se ajustar. Como?

in Standard’s & People, Pá!, 16/11/2011

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