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EUA castigam Paquistão por condenar alegado informador da CIA

A emenda, proposta pelo senador republicano Lindsey Graham, foi aprovada por unanimidade e reduz, em 33 milhões de dólares (26 milhões de euros), o apoio a Islamabad. A agência France Press informa que o valor escolhido pelo Senado norte-americano simboliza o número de anos de prisão a que foi condenado o médico paquistanês.

“Precisamos do Paquistão, o Paquistão precisa de nós, mas nós não precisamos do Paquistão a jogar jogo duplo e sem ver justiça no fim de Osama bin Laden”, disse o senador republicano Lindsey Graham.

Shakil Afridi, de 50 anos, foi condenado a 30 anos de prisão pelo sistema de justiça tribal do distrito paquistanês de Khyber, em primeira instância. Além da pena de prisão, o médico ficou obrigado ao pagamento de uma multa no valor de 3500 dólares (2783 euros) que, se não pagar, lhe aumenta a pena de prisão em mais três anos.

Foi acusado de traição por alegadamente ter fingido a realização de um programa de vacinação contra a Hepatite B junto dos filhos de Osama bin Laden, ex-líder da Al Qaeda, no complexo onde todos moravam em Abbottabad, a fim de recolher amostras de ADN para entregar à CIA. É considerado, pelo tribunal tribal, um espião, ainda que não esteja claro se o médico sabia que estava encarregue de uma missão para a CIA na altura dos acontecimentos.

“Shakil não sabia realmente que estava à procura de Bin Laden”, disse Shaukat Qadir, um ex-militar paquistanês que investigou o ataque a Abbottabad e tem estado a par dos detalhes do interrogatório a Afridi, segundo noticia a BBC. “Mas ele deveria ter notificado as autoridades paquistanesas das suas atividades”, acrescenta.

“No caso do Dr. Afridi o que está em causa é se agiu em conformidade com as leis paquistanesas e pelo que é decidido pelos tribunais paquistaneses, e os países precisam de respeitar os processos legais uns dos outros”, disse aos jornalistas Moazzam Khan, a porta-voz do ministério paquistanês das Relações Exteriores.

O Paquistão insistiu, em comunicado às agências, que qualquer outro país teria feito o mesmo se descobrisse que um seu cidadão estava a trabalhar como espião para uma nação estrangeira. Afridi não esteve presente no seu próprio julgamento e não pôde, por isso, dar a sua versão dos acontecimentos. Está confinado a uma cela na prisão de Peshawar.

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A captura do líder da Al Qaeda

Bin Laden foi morto por uma unidade de elite das Forças Armadas norte-americanas a 1 de maio de 2011, no complexo em que vivia em Abbottabad, no Paquistão. O acontecimento abriu uma frente de conflito entre os EUA e o Paquistão, que viu esta ação como uma violação da sua soberania, fragilizando a relação entre Washington e Islamabad. Pouco depois do ataque unilateral dos EUA à casa de Bin Laden, Afridi foi preso por conspirar contra o Estado do Paquistão.

Nos EUA e noutras nações ocidentais, Afridi é visto como um herói que ajudou a eliminar o homem mais procurado do mundo, mas o exército e chefes de espionagem paquistaneses mostraram-se indignados com o ataque, o que levantou a suspeita internacional de que o Paquistão estava a abrigar o então líder da Al Qaeda.

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A medida punitiva foi acrescentada às profundas reduções que o Comité das Dotações já tinha programado para o orçamento que o Presidente Barack Obama fez para o Paquistão no sentido de compensar a cooperação do executivo paquistanês no combate ao terrorismo. O pedido de Obama foi reduzido em 58 por cento.

A mesma comissão aprovou ainda a redução já prevista de apoios ao Afeganistão e ao Iraque. O orçamento global para a ajuda externa para o próximo ano foi cortado em mais de metade e podem surgir novas reduções para o Paquistão se Islamabad não abrir rotas de transporte terrestre para a entrada das forças da NATO (lideradas pelos EUA) no Afeganistão.

Estas rotas foram encerradas depois de, durante um ataque ao Afeganistão em novembro de 2011, coordenado pelo exército norte-americano, do lado da fronteira com o Paquistão, terem morrido 24 soldados paquistaneses.

“O tribunal vê a Al Qaeda como Paquistão”

A senadora democrata Dianne Feinstein, presidente do Comité de Inteligência do Senado, negou que Afridi fosse um espião ao serviço dos EUA e referiu que o Paquistão tem sofrido nas mãos dos terroristas e que, por isso, o Executivo tem dificuldades em compreender por que é que a condenação Afridi é uma traição das relações diplomáticas com os EUA.

“Esta condenação diz-me que a Al Qaeda é vista pelo tribunal como sendo Paquistão”, declarou Feinstein, justificando o porquê de repensar a assistência dos EUA àquele país.

Não foi iniciado qualquer processo diplomático, com republicanos e democratas a posicionarem-se na mesma perspectiva. Shakil Afridi foi preso ontem e as medidas de punição do país foram tomadas hoje.

“É arbitrário, mas a esperança é que o Paquistão perceba que estamos a falar a sério”, disse o número dois do Senado, o democrata Richard Durbin. “É ultrajante que [os paquistaneses] digam que um homem que nos ajudou a encontrar Osama bin Laden é um traidor”, acrescentou.

Lindsey Graham acusou o Paquistão de ser um “aliado esquizofrénico”, por ajudar os Estados Unidos da América ao mesmo tempo que ajuda a rede terrorista Haqqani, um grupo com estreita relação à Al Qaeda e aos talibãs, e que reivindicou autoria de vários ataques contra americanos.

O democrata Patrick Leahy afirmou que a relação diplomática entre os dois países era como “Alice no País das Maravilhas, na melhor das hipóteses. Se isto é cooperação, odiaria ver como seria a oposição.”

Condenação foi “injusta e infundada”

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, já tinha pedido a libertação do médico paquistanês esta quinta-feira, alegando que Shakil Afridi serviu tanto os interesses norte-americanos como os paquistaneses, considerando a condenação “injusta e infundada”.

“A sua ajuda foi fundamental para derrubar um dos mais conhecidos assassinos do mundo, o que era, claramente, do interesse do Paquistão, assim como nosso e do resto do mundo”, disse Clinton aos jornalistas, acrescentando que os EUA vão continuar a pressionar Islamabad no sentido de retirar a acusação de traição.

O senador John McCain, representante republicano no comité das Forças Armadas, informou que os legisladores concordaram em reter alguma da ajuda militar para o Paquistão até que o secretário paquistanês da Defesa certifique que o país vai deixar de condenar pessoas como Afridi.

“Todos estamos indignados com a acusação e a condenação a 33 anos de prisão – praticamente uma sentença de morte – para o médico paquistanês que foi fundamental na remoção de Osama bin Laden”, disse McCain, acrescentando que Afridi era inocente de qualquer delito.

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta garantiu, em tom de ameaça política, que este tipo de ação contra alguém que ajudou na guerra contra o terrorismo era “um erro”.

in RTP

Internet é nova frente de batalha na guerra dos EUA ao terrorismo

Depois de aparecer propaganda com o propósito de recrutar apoiantes para a Al Qaeda em vários websites “tribais” iemenitas, “em 48 horas a nossa equipa estampou nos mesmos locais versões alteradas da informação, que mostram o número de ataques que a Al Qaeda assumiu contra o povo do Iémen”, explicou Hillary Clinton num discurso para o Comando de Operações Especiais, em Tampa, nos Estados Unidos da América (EUA).

Esta revelação deixa conhecer parte das atividades da guerra cibernética contra o terrorismo que os EUA têm levado a cabo, mas que a Administração raramente comenta ou discute.

A operação de pirataria foi levada a cabo pelo Centro de Comunicações Contraterroristas Estratégicas, com sede no Departamento de Estado. Constituído por um grupo de diplomatas, operadores militares especiais e analistas dos serviços secretos, este Centro patrulha a Internet e tenta “combater a propagação da ideologia islâmica radical monitorizando blogues e fóruns”, segundo informou o ex-chefe da equipa, Major David Nevers, ao Washington Post.

Segundo o oficial, a equipa concentra os esforços “naqueles que ainda não foram radicalizados”, utilizando os mesmos mecanismos de comunicação que os extremistas islâmicos. “A ideia é ir onde a conversa acontece usando os comentários e a propaganda extremista como um ponto de partida para chegar às pessoas que os estão a ouvir”.

“Podemos comprovar que os nossos esforços estão a ter impacto [no Iémen], onde, segundo o Governo norte-americano, a célula da Al Qaeda da Península Arábica (AQAP) se baseia, “porque os extremistas extravasam a sua frustração publicamente e pedem aos seus apoiantes para não acreditarem em tudo o que lêem na Internet”, disse a responsável pelas relações externas dos EUA.

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Operação inútil?

“O facto é que a Al Qaeda utiliza táticas e ideologias que são, por
natureza, excecionalmente divisionistas e controversas. Destacar isso
causa uma enorme quantidade de danos à imagem da Al Qaeda, às suas
campanhas de recrutamento e aos seus esforços para iniciar novos
ataques. No entanto, será que a divulgação desta informação em blogues e
fóruns tribais atingirá um público amplo o suficiente para fazer a
diferença? Se viver no Iémen e numa área tribal, provavelmente não
precisa de ir a um website para se juntar à Al Qaeda”.

(Evan Kohlmann, consultor em terrorismo internacional que monitoriza sites jihadistas, ao Washington Post.)

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A secretária de Estado usou esta operação de pirataria como exemplo da crescente cooperação nas missões de contraterrorismo entre o Departamento de Estado, os serviços secretos e os militares, num discurso em que defendeu a expansão da ação do exército norte-americano a áreas que costumavam ser da exclusiva responsabilidade dos diplomatas. “Juntos, eles vão trabalhar para antecipar, desacreditar e ultrapassar estrategicamente a propaganda extremista”, disse Hillary Clinton.

Garante que levar a cabo operações antiterroristas com civis e militares e expandir o alcance do seu Departamento, é utilizar “poder inteligente”, acrescentando que o país precisa de “forças de operações especiais que estejam tão confortáveis a beber chá com líderes tribais, como a invadir instalações terroristas” e de “diplomatas e especialistas em desenvolvimento que estão à altura da tarefa de serem parceiros [do Comando de Operações Especiais]”.

“Jogo de gato e rato”

O que o Departamento de Estado norte-americano está a fazer não se limita à invasão e vigia de websites suspeitos de terem ligações a movimentos terroristas. Os especialistas responsáveis por estas operações desafiam os extremistas em fóruns abertos.

“Parodiamos, criticamos e apontamos as fraquezas ao que eles fazem”, disse ao Washignton Post, sob condição de anonimato, um funcionário do grupo de trabalho do novo Centro de Comunicações Contraterroristas Estratégicas, que não estava autorizado a descrever o processo publicamente. “É um jogo de gato e rato”, acrescentou.

De acordo com o que publica o jornal, na semana passada a AQAP lançou uma série de mensagens em forma de banners e pop-ups que incidiam sobre a urgência em combater os americanos, ilustradas com caixões cobertos pela bandeira dos EUA, como se faz, tradicionalmente, quando morre um membro das tropas norte-americanas.

A equipa do Departamento de Estado respondeu ao ataque através da compra de espaço no mesmo website, colocando novas mensagens, iguais, mas com caixões de civis iemenitas.

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Relações diplomáticas entre o Iémen e os EUA

O Iémen é considerado um estudo de caso pelo Departamento de Estado dos EUA. Diplomatas norte-americanos têm trabalhado no sentido de estabilizar politicamente o novo Governo do Presidente Abed Rabbo Mansour Hadi, que substituiu o ditador iemenita deposto, Ali Abdullah Saleh.

Saleh deixou o cargo em fevereiro, como parte de um acordo mediado pelos países árabes do Golfo e apoiado pelos EUA, que visava acabar com a agitação política no país após uma revolta popular que durava há um ano. Hadi tem enfrentado grupos leais a Saleh que, inclusivamente, se recusam a abandonar o Governo e os postos militares.

A Casa Branca respondeu na semana passada emitindo uma ordem executiva em que ameaça aplicar sanções contra os indivíduos que desafiem o Governo de Hadi. Enviou também um lote de forças de operações especiais para treinar o exército do Iémen e “ajudar a suportar os ataques da Al Qaeda”.

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Al Qaeda controla parte do território do Iémen

Confrontos entre as tropas do governo iemenita e combatentes da Al Qaeda mataram na quarta-feira 33 militantes do grupo terrorista e nove soldados no sul do país, área territorial controlada pelo grupo extremista islâmico, segundo informações da agência Reuters. O combate ocorreu durante a madrugada nos arredores da cidade de Bajidar, na província de Abyan.

Segundo informa o Governo do Iémen, esta povoação foi ocupada há mais de um ano por militantes da Al Qaeda que exploravam a turbulência política durante a revolta do povo iemenita. As autoridades dizem que Zinjibar e Jaar também estão sob controlo da Al Qaeda, pelo que, segundo informaram oficiais do exército às agências noticiosas, sob anonimato, as forças militares as bombardearam esta semana.

Este conflito ocorreu poucos dias após a Al Qaeda reivindicar em comunicado o atentado da passada segunda-feira, em Sanaa, capital do Iémen, que vitimou 96 soldados e feriu outros 300. Segundo a mensagem da rede extremista, o ataque visava Mohamed Nasser Ahmed, o ministro iemenita da Defesa, e era uma resposta à ofensiva do exército contra a rede presente no sul do país.

Analistas políticos citados pelas agências noticiosas internacionais apontam este atentado como prova de que a Al Qaeda expandiu o seu raio de ação, ultrapassando a sua esfera de influências no sul do Iémen.

Até agora, de acordo com a agência France Press, morreram pelo menos 213 pessoas, incluindo 147 militantes da Al Qaeda, desde o início dos conflitos que se desencadearam no início do mês.

Amigos do Iémen doam 4 mil milhões de dólares

Ao mesmo tempo que ocorria o combate no sul do território, o grupo internacional de Amigos do Iémen reunia na Arábia Saudita, onde prometeram uma doação de 4 mil milhões de dólares (pouco mais de 3 mil milhões de euros) para ajudar na estabilização política e na recuperação da economia do país.

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Arábia Saudita doa 3,25 mil milhões de dólares

A Arábia Saudita decidiu doar 3,25 mil milhões de dólares (2,6 milhões de euros) dos 4 mil milhões prometidos.

“Asseguro, mais uma vez, o nosso apoio ao Iémen para que ultrapasse todas as fases desta iniciativa política e para ajudar a alcançar a segurança, estabilidade e prosperidade necessárias para enfrentar as ameaças de extremismo e de terrorismo”, disse, na conferência de Riade, o chanceler saudita, príncipe Saud al-Faisal.

O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros prometeu que o Reino Unido vai entregar mais 44 milhões de dólares (35 milhões de euros) de ajuda externa ao Iémen, para além do que ficou acordado pelo grupo dos Amigos do Iémen.

Em Abril, o FMI emprestou 93,7 milhões de dólares (74,6 milhões de euros) ao Iémen.

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Representantes de várias organizações internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, e de 27 países, entre os quais os membros do Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo, os EUA, a UE, o Reino Unido, a Rússia e o Egito, reuniram-se em Riade, onde partilharam a preocupação com a possibilidade de o Estado do Iémen se estar a transformar numa base de trabalho para a Al Qaeda.

Segundo o último relatório do Population Reference Bureau, 47 por cento da população do Iémen vive com menos de dois dólares por dia, abaixo do limiar da pobreza, o que, segundo declarou à Reuters um grupo de sete agências de ajuda humanitária presentes na reunião na Arábia Saudita, “significa que metade da população não tem recursos suficientes para comer, sendo urgente ajudar o país para evitar uma catástrofe”.

Ao mesmo tempo, o ministro iemenita para o Planeamento e a Cooperação Internacional, Mohammed Saeed al-Saidi, explicou na conferência que o seu país precisa de um investimento inicial de 2,17 mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros) para estabilizar o Governo, lutar contra ataques dos militantes extremistas e diminuir a crise humanitária em que o país se encontra.

O Iémen precisa ainda de mais 5,8 mil milhões de dólares (4,6 mil milhões de euros) para injetar na economia e investir em infraestruturas e, segundo o plano do ministro, de mais 3,7 mil milhões de dólares (2,9 mil milhões de euros) em 2014. O ministro iemenita das Finanças, Sakhr al-Wajih, prevê que o país terminará o ano com um défice de 2,5 mil milhões de dólares (2 mil milhões de euros).

in RTP

Primeiro foguetão privado chega ao espaço

Três dias após o lançamento falhado, a plataforma da Flórida, nos Estados Unidos, lançou o foguetão privado após a contagem decrescente, sem problemas. Dez minutos depois, a cápsula Dragon separou-se do resto do foguetão e atingiu a órbita da Terra, devendo chegar à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em Inglês) na próxima sexta-feira. A ancoragem será feita com o braço robótico da ISS, controlado por dois dos seis astronautas a bordo da Estação.

Começa assim a era dos voos espaciais comerciais, orientados para o lucro em vez da curiosidade científica. A SpaceX – Space Exploration Technologies Corp – faz história, ao ser a primeira empresa privada a enviar quase 500 quilos de mantimentos para a ISS, função antes cumprida apenas pelos governos.

No sábado os motores propulsores do Falcon 9 foram parados pelos computadores que abortaram automaticamente a descolagem no último segundo da contagem decrescente, devido a um problema numa das válvulas, que foi entretanto substituída.

Antes de se ancorar à Estação Espacial, a cápsula Dragon vai executar uma série de exercícios e manobras práticas de modo a garantir o seu correto e seguro funcionamento. Depois de uma semana ancorada à estação espacial, a cápsula regressará à Terra, sendo a primeira nave de carga não tripulada a poder aterrar no planeta em segurança, sendo que todas as que foram enviadas anteriormente desapareciam em chamas ao entrarem na atmosfera.

Astronautas americanos dependentes da Rússia

Depois dos cortes orçamentais no seu programa de exploração espacial, a NASA está a sondar os privados para responsabilizar uma empresa pelos lançamentos norte-americanos e assumir as viagens orbitais neste período anterior às viagens tripuladas.

Até à reforma dos vaivéns da NASA no verão de 2011, a agência espacial americana garantia a chegada de mantimentos, materiais, equipamento e até de membros da tripulação. Agora, os astronautas norte-americanos que habitam a ISS estão completamente dependentes dos foguetões russos Progress, podendo apenas virar-se para os engenhos europeus ATV ou os japoneses HTV, a menos que a SpaceX, ou um dos seus competidores, assuma essa reponsabilidade.

O objetivo, será, segundo a NASA, que uma destas companhias envie astronautas ao espaço a partir dos Estados Unidos, meta que a SpaceX conta conseguir atingir em menos de tês ou quatro anos, segundo informou a empresa à Associated Press.

Lançamento custou um milhar de milhão de dólares

Twitter de Elon Musk, dono e fundador da SpaceX.A SpaceX foi fundada há dez anos pelo bilionário Elon Musk, conhecido por ser co-fundador da PayPal e gerir a Tesla Motors, uma empresa que produz carros elétricos. Musk, de 40 anos, investiu milhões de dólares do seu próprio dinheiro na empresa e a NASA contribuiu com 381 milhões de dólares (investimento público) como capital inicial para o desenvolvimento do Falcon 9.

Como descreveu o fundador, gestor e diretor de design da SpaceX, Elon Musk, o lançamento desta manhã “foi como o Super Bowl“. Pessoas em todo o mundo – e os tripulantes da Estação Espacial – estavam de olhos postos no foguetão e acompanharam o seu lançamento. A Casa Branca emitiu imediatamente um comunicado a congratular a empresa.

Veja aqui a entrevista de Elon Musk ao 60 Minutes, sobre a corrida ao espaço.

“Senti cada gota de adrenalina do meu corpo”, disse Musk. “É obviamente um momento extremamente intenso.”

Sendo a empresa um dos principais investidores nas energias renováveis nos EUA, a cápsula será, em grande parte, alimentada por energia solar. “Nunca foram implantados painéis solares no espaço. Uma série de coisas poderia ter corrido mal”, explicou Musk.

“Havia tanta esperança depositada no lançamento do foguetão que, quando tudo funcionou, a Dragon foi enviada para o espaço e os painéis solares implantados sem problemas, as pessoas viram a sua obra operacional no espaço e sentimos todos uma alegria tremenda. Para nós, é como vencer o Super Bowl.”

Falcon 9 elevou-se a 340 quilómetros da superfície da Terra em apenas 10 minutos, a cápsula Dragon ejetou-se e abriu os seus painéis solares. As comunicações funcionam. O primeiro lançamento comercial foi bem sucedido.

‘SCOTTY’ TAMBÉM FOI PARA O ESPAÇO

A cápsula da SpaceX leva também as cinzas do ator James Doohan, ‘Scotty’ na série Star Trek, bem como as de outras 307 pessoas. Já em agosto de 2008 a empresa tinha tentado realizar o desejo de ‘Scotty’, mas a cápsula Falcon 1 explodiu após a descolagem. Esta manhã foi enviado um frasco com 7 gramas das cinzas do ator que morreu em 2005.

Cada família pagou um mínimo de 2 995 dólares (2 339 euros) para enviar os seus entes queridos para lá da atmosfera da Terra, nove minutos após o lançamento do foguetão.

Os frascos com cinzas ficam na órbita da Terra. Dez a 240 anos depois, reentram na atmosfera, vaporizando-se como uma estrela cadente.

in RTP

Os Óscares da Moda 2012

Epic fail. Os nomes que todos reconhecemos na passadeira vermelha de um evento que não nos diz nada marcaram a noite passada com espalhafato, nudez, mau gosto e desconforto (para elas e para nós…). Estou a falar da Super-gala-do-MET, em Nova Iorque, uma fonte de inspiração para meninas como eu que nunca vão ter oportunidade de envergar um vestido de gala e um penteado que custa três ordenados dos meus a fazer. Fica o top: os 4 piores, os 4 melhores e duas menções honrosas muito, muito, muito especiais.

Mary-Kate Olsen usou um “vestido” da sua própria colecção The Row. Uma tragédia.

O vestido Balenciaga da Kristen Stewart era bastante mais animado que a actriz mais enfadonha de Hollywood. Mas credo, tenham dó. E os sapatos!?

Nem mesmo a Beyonce Knowles tem direito a safar-se com um body debaixo de um vestido transparente que tem uns pintelhos de tecido a tapar o pipi e uma cauda technicolor. Nem mesmo se for Givenchy. Não, nem mesmo tu amiga.

Florence Welch (a vocalista da fantástica banda Florence And The Machine) fez o costume e apareceu mascarada de qualquer coisa, mas não sei bem o quê. Lembrei-me de suspiro, poodle, bolo de casamento, sino de igreja, árvore de Natal, mas nenhuma se aproxima do look alcançado com esta criação de Alexander McQueen. Medonho.

Debra Messing em KaufmanFranco foi a melhor surpresa da noite. Não costuma dar nas vistas e tem pouco jeitinho para desfilar entre os flashs, mas desta vez, uau! Adoro o decote em V, super fundo, super sexy.

A namoradinha de Hollywood está a conseguir entrada na maioria das listas de piores vestidas da noite da Gala MET. Eu acho que está tudo doido! O vestido Stella McCartney fica-lhe a matar! Os brilhos subtis e as costas decotadas fazem ma-ra-vi-lhas. É prender a madeixa “a la Mary” e Cameron Diaz fica perfeita.

Respect! Anna Wintour em Prada é magia na passadeira vermelha. Duas deusas da moda unidas com a quantidade certa de “ta-da”, glamour, pêlo e dourado, num vestido de acordo com as tendências do que as pessoas reais vão vestir este Verão: looks brancos integrais. Palminhas à directora da Vogue.

Não gosto nada de amarelo. Mas se pudesse ter este vestido Versace… ai! Adorava amarelo. January Jones, a estrela de Mad Man, vende o trapinho e para mim ganha o concurso da noite: estruturado, vibrante, mais uma vez de acordo com as tendências dos comuns mortais (diz que colour-block é obrigatório para este Verão), com um pouquinho de dourado e um penteado suave e discreto. Perfeita!

A primeira menção honrosa vai para a modelo Anja Rubik, para o seu trapinho e o seu date. O “vestido” de seda Anthony Vaccarello mostra-nos todos os atributos da senhora, que não teve a decência de entrar no Museu Metropolitano de Nova Iorque a usar roupa interior. A rapariga é um espectáculo, mas fotografada ao lado daquela figura de metro e meio. Ai!

Não sei qual era o objectivo de Marc Jacobs (irreverência, talvez? Originalidade ou qualquer coisa do género? Ou ser fotografado em vez das suas criações nos corpos das restantes beldades…) mas este pijama de renda da sua colecção Commes des Garcon faz-me rir com tanta vontade… Adoro o cuecão branco e os sapatos à renascimento com fivelas brilhantes. Ainda bem que há personagens destas para animar a vida das fashion victims…

Obama distribui ultimatos por “um mundo sem armas nucleares”

O Presidente norte-americano garantiu hoje, em Seul, que vai prosseguir com o objetivo de atingir “um mundo sem armas nucleares”, dizendo mesmo que os Estados Unidos têm mais bombas atómicas “do que precisam”. Prometeu discutir a questão do controlo de armas com Vladimir Putin numa reunião em maio, fez um ultimato ao Irão e avisou a Coreia do Norte para as consequências que terão novas “provocações”. Barack Obama discursou diante de alunos da Universidade de Hankuk imediatamente antes do início da II Cimeira de Segurança Nuclear, que reúne 53 representantes internacionais na capital da Coreia do Sul.

Falando antes da cimeira que vai decorrer até terça-feira em Seul, Obama discutiu a perspetiva de novas reduções no arsenal nuclear dos EUA, preparando-se para discutir medidas concretas contra a ameaça do terrorismo nuclear com líderes mundiais.

“Falo como um pai que não quer ver as filhas a crescer num mundo com ameaças nucleares”, disse Obama aos estudantes sul-coreanos, que o aplaudiram.

“Já podemos dizer com confiança que temos mais armas nucleares do que precisamos”, disse o Presidente dos EUA aos estudantes da Universidade de Hankuk, prometendo também trabalhar com a Rússia e a China no sentido de também diminuírem os respetivos arsenais.

Lembrou que representa o único país que alguma vez usou armas nucleares, enfatizando a posição privilegiada dos EUA para assumir a vanguarda no sentido da mudança em relação às políticas de segurança, mas acrescentou a necessidade de “um esforço global sustentado e sério”.

Durante a sua intervenção na Universidade de Hankuk, Obama defendeu ainda que o terrorismo nuclear continua a ser uma das principais ameaças globais. Porém, lembrou que, nos últimos dois anos, foram alcançados grandes progressos para dificultar o acesso de terroristas a material para fabrico de armas atómicas.

O Chile entregou urânio altamente enriquecido aos EUA, o Cazaquistão mudou combustível irradiado para um depósito seguro e a Ucrânia transferiu o material nuclear para um local de armazenamento sob a tutela de autoridades russas.

“Mas não temos ilusões. Sabemos que muito material nuclear – suficiente para muitas armas – ainda está a ser armazenado sem proteção adequada”, ressalvou Barack Obama. “Sabemos que os terroristas e os grupos criminosos estão a tentar consegui-lo”, alertou.

Coreia do Norte dominará discussão

A situação na Coreia do Norte deverá dominar a II Cimeira de Segurança Nuclear, apesar de o tema estar fora da agenda oficial. O debate não terá a participação de Pyongyang.
Cimeira de SeulÉ a maior discussão internacional na área de segurança nuclear, com a participação de 47 líderes estatais e de representantes de organizações internacionais (ONU, EU e AIEA e Interpol).

Nos dias 26 e 27 de Maio serão discutidas medidas internacionais de cooperação para combater a ameaça do terrorismo nuclear, proteção de materiais e instalações nucleares e de prevenção do seu tráfico ilícito.

A República da Coreia, como país anfitrião da conferência, irá desempenhar um papel de liderança na coordenação dos pontos de vista dos países participantes sobre as principais questões de segurança nuclear e irá liderar as discussões sobre a elaboração do Comunicado de Seul, o documento final da Cimeira.

A seleção daquele país como anfitrião da Cimeira de 2012 reflete o reconhecimento da comunidade internacional da qualidade da sua tecnologia nuclear e o seu uso para fins pacíficos.

Dirigindo-se diretamente às autoridades da Coreia do Norte, Obama afirmou que os EUA não têm “intenções hostis” em relação ao país, mas que não haverá “recompensas para as provocações”.

Obama alertou Pyongyang que o lançamento de um foguete para pôr um satélite em órbitra irá apenas isolar mais o país, uma vez que a comunidade internacional acredita que se trata de um lançamento de míssil de longo alcance disfarçado. Está anunciado para meados de abril, altura em que se celebra o centenário do ex-líder Kim Il-sung.

Este lançamento contraria um acordo alcançado no mês passado, que estipulava que a Coreia do Norte receberia ajuda alimentar em troca de um congelamento parcial das atividades nucleares e o fim dos testes de armamento.

“Poderão continuar na estrada que estão hoje, mas nós sabemos até onde é que essa estrada vai”, disse Obama, dirigindo-se diretamente aos líderes norte-coreanos. “Hoje, nós dizemos: Pyongyang, tenham a coragem de procurar a paz”.

Obama discursou em conferência de imprensa com o Presidente sul-coreano Lee Myung-bak. “É um padrão com décadas, que leva a Coreia do Norte a pensar que se agir provocadoramente, irá de alguma forma ser subornada para desistir de faze provocações”, explicou Obama. “O Presidente Lee e eu decidimos que vamos quebrar esse padrão.”

A Coreia do Sul avisou que tenciona abater o foguete caso se aproxime demais do seu território. “Estamos a preparar medidas para controlar a trajetória do míssil e derrubá-lo se, por acaso, se desviar da rota planeada e caia no nosso território”, disse um porta-voz do Ministério da Defesa.

Irão sob ultimato

Barack Obama alertou também o Irão que já não resta muito tempo para resolver, por via diplomática, a crise aberta pelo programa nuclear iraniano.

Medo em crescendo
Desde o colapso da União Soviética, em 1991, tem havido preocupações crescentes sobre a possibilidade de materiais nucleares caírem nas mãos de terroristas. Nos EUA, as preocupações foram dilatadas depois dos ataques do 11 de Setembro de 2001. Desde então, Washington e os seus principais aliados estão convencidos de que a Al-Qaeda está a tentar obter material para construir uma bomba nuclear ou radioativa.
Barack Obama estabeleceu altas expectativas num discurso que fez em 2009, em Praga, em que declarou que era hora de procurar “um mundo sem armas nucleares”, e foram os seus discursos proferidos no sentido desse objetivo que lhe garantiram o Prémio Nobel da Paz.
Em abril de 2010, o Presidente dos EUA convocou uma reunião que estabeleceu o objectivo ambicioso de garantir a proteção de todos os materiais nucleares, em todo o mundo, no prazo de quatro anos.
A Cimeira de Seul realiza-se hoje e manhã para criar um novo plano estratégico que permita alcançar esse objetivo. Alguns países veem este processo como altamente intrusivo e uma ameaça à soberania, o que dificulta a discussão.

Acusou o país de ter tomado “o caminho da mentira, negação e engano”, mas garantiu que “ainda há tempo para resolver o problema por via diplomática”: “Eu prefiro sempre resolver as questões de forma diplomática, mas o tempo urge. O Irão terá de agir com a seriedade e o sentido de urgência que o momento pede”.

“Os tratados [internacionais sobre armas nucleares] são vinculativos, as normas são para respeitar e as violações terão consequências”, disse Obama, lembrando que o Irão deve aproveitar a oportunidade que representam as próximas conversações previstas com o G5+1, o grupo que reúne os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – EUA, Rússia, China, Reino Unido e França – e a Alemanha, que deverão ter lugar no próximo mês, em princípio em Istambul, na Turquia.

Teerão garante que o seu programa nuclear é puramente pacífico, mas Israel e as nações ocidentais acreditam que o país se move em direção à construção de uma bomba nuclear que poderia mudar o equilíbrio regional de poder. Obama pediu a Israel para adiar quaisquer ataques preventivos a instalações nucleares iranianas, de forma a dar mais tempo a possíveis soluções diplomáticas, à base de sanções.

“Hoje, vou reunir-me com os líderes da Rússia e da China, enquanto trabalhamos para alcançar uma resolução na qual o Irão cumpra as suas obrigações”, acrescentou Obama.

Rússia e China negoceiam arsenal nuclear

Na mesma ocasião, o Presidente dos EUA disse que estava ansioso por se encontrar em maio com o recém-eleito Presidente russo, Vladimir Putin, para discutir novos cortes nas armas nucleares.

Obama pretende dar seguimento ao pacto New Start, o Tratado de Redução de Armas Estratégicas que conseguiu ver assinado em 2010 entre Washington e Moscovo. Ficou definido que o arsenal norte-americano e russo só poderiam ter 1550 ogivas nucleares, um corte de cerca de 30 por cento em relação aos limites definidos anteriormente. O Tratado também permite que cada país inspecione a capacidade nuclear do outro.

Obama reuniu-se esta segunda-feira com ainda homólogo russo, Dmitry Medvedev, para discutir estas questões. Referiu ainda que os EUA convidaram a China para trabalhar com Washington e que “a oferta permanece em aberto”.

“Temos um interesse comum em certificar que as normas internacionais em torno da não-proliferação das armas nucleares”, afirmou o Presidente dos EUA, antes da reunião bilateral com o presidente chinês Hu Jintao.

in RTP